A indisciplina nas escolas públicas é uma das maiores dores da gestão escolar. Muitos diretores e coordenadores lidam diariamente com conflitos, desrespeito às regras e alunos que desafiam qualquer tentativa de diálogo. Mas, será que advertências e suspensões sucessivas resolvem mesmo o problema?
A verdade é que punir sem educar é como tentar apagar incêndio com gasolina. A indisciplina precisa ser enfrentada com firmeza, mas também com inteligência emocional, estratégias coletivas e foco na raiz do comportamento.
Neste artigo, vamos apresentar uma nova forma de olhar para a indisciplina e sugerir estratégias práticas que você, diretor ou diretora, pode adotar já na sua escola.
🧠 Entendendo a Indisciplina: Sintoma ou Causa?
Antes de tudo, é preciso reconhecer que a indisciplina é muitas vezes um sintoma, não a causa. Alunos que vivem em ambientes inseguros, com pouca referência de afeto e limite, tendem a reproduzir a desorganização interna no espaço da escola.
Em outras palavras: por trás da indisciplina há quase sempre um pedido de ajuda disfarçado.
Ignorar isso e aplicar punições automáticas pode até afastar o problema momentaneamente, mas ele sempre retorna – e mais forte.
🎯 Os 5 Pilares de uma Gestão Eficaz da Disciplina
1. Clareza de Regras e Combinados
Alunos não obedecem regras que eles não compreendem ou nas quais não acreditam. Portanto:
- Crie regras simples, visíveis e compartilhadas com toda a escola.
- Faça assembleias ou rodas de conversa para construir combinados com os alunos.
- Inclua a equipe de limpeza, merendeiras e vigilantes na cultura do respeito.
2. Rotina Estruturada
Rotinas previsíveis geram segurança. A criança que sabe o que vai acontecer tende a se comportar melhor.
- Organize a entrada, saída, intervalos e mudanças de aula com rituais claros.
- Evite “tempos mortos” em que os alunos fiquem sem supervisão ou atividades.
3. Escuta Ativa e Mediação de Conflitos
Invista em uma cultura de diálogo:
- Crie um espaço onde o aluno possa falar e ser ouvido sem julgamento.
- Estabeleça um processo simples de mediação de conflitos com ajuda da coordenação.
4. Parcerias com Família e Rede de Apoio
A escola não pode resolver tudo sozinha. Acione:
- Conselho Tutelar
- CRAS/CREAS
- Serviços de saúde mental
- Famílias em reuniões personalizadas, não só nas coletivas
5. Fortalecimento do Protagonismo Estudantil
Alunos que se sentem parte da escola têm menos interesse em desrespeitá-la.
- Crie um Conselho de Alunos
- Proponha projetos em que os estudantes liderem atividades de convivência, cultura ou ajuda mútua
🛠 Estratégias Práticas para Diretores
Aqui estão algumas ações que sua gestão pode iniciar imediatamente:
✅ Monte um Protocolo de Indisciplina:
Com base em níveis de resposta:
- Conversa direta com o aluno
- Atividade de reparação
- Notificação à família
- Mediação com a coordenação
- Encaminhamento formal para apoio externo
✅ Estimule Círculos Restaurativos:
Reúna alunos, professores e funcionários para discutir situações de conflito com foco na reparação, e não na punição.
✅ Implante um “Plantão de Escuta” semanal:
Um dia da semana em que um membro da equipe diretiva esteja disponível para ouvir alunos com conflitos, dúvidas ou angústias.
✅ Formações internas:
Ofereça capacitações sobre:
- Comunicação não violenta
- TDAH e outros transtornos do comportamento
- Convivência escolar e inteligência emocional
✨ Conclusão: Liderança é Cultura
Mais do que aplicar normas, a escola precisa construir cultura de respeito e pertencimento. Isso exige esforço diário, constância, escuta e, principalmente, coerência entre o que se diz e o que se faz.
“Escola que educa com firmeza e afeto não apenas ensina: ela transforma.”
📌 Dica Bônus para Professores:
Se a sua equipe lida com turmas agitadas, com alunos que têm dificuldade de foco, vale conhecer o site Numerozinho.com.br. Ele oferece atividades interativas de matemática com jogos e quizzes que ajudam a prender a atenção dos estudantes e reduzir comportamentos disruptivos em sala.